Eu lembro de quando encontramos com o Hugo e a Thais 3 meses antes do casamento, tinham acabado de voltar de MG, e nos disseram que na viagem decidiram fazer todas as cadeiras, mesas, jogos americanos e os vasos de plantas do casamento de concreto e pano! Loucura né?? Mas não podíamos esperar menos deles dois, afinal ele é arquiteto e ela é designer!
Os dois são nossos amigos e foi super especial fotografar o casamento deles, aqui está um pouco da história deles contada pelos dois.
Hugo
“(nessa hora você ouve aquela voz que diz versão “Herbert Richards”)
Nossa história junto começa em local improvável, pelo menos pra mim. Estava tranquilamente cursando Arquitetura e Urbanismo na UFRJ quando uma amiga-irmã me avisa do programa Ciência Sem Fronteiras. E não apenas avisa, ela me empurra a pelo menos aplicar (obrigado, Babi <3). Lembro do dia no bandejão que ela me perguntou “Pra onde você vai então?” E eu parei e pensei um pouco e decidi “Holanda!”.
Pulando todo o processo, lá estava eu na Holanda feliz e contente. Havia chegado tinha 2 meses e estava aproveitando as aulas, ir de bike pra todo lado e o clima frio. Fui convidado pra uma festa, que concordei em ir desde que eu pudesse chegar cedo e ir embora cedo antes que todos ficassem bêbados (obrigado Lu, Ju e Letícia :). Pulando a parte que eu me mostro ser um chato, notei uma menina com coca-cola na mão e sentada no sofá. Logo pensei “vou conversar com ela!” e fui lá e ousadamente disse “que legal! coca-cola. não gosto de coca”. E ela não me ignorou - o que mostra o quão lindo é esse coração. Trocamos breves palavras talvez por uns 5 minutos porque a música piorou e eu tinha avisado que com música ruim ia embora (sim, quase me sabotei. Mas Deus sabe o que faz). Fui embora só sabendo o nome dela, e depois adicionei no Facebook.
Descobri que ela gostava de “Os Arrais” e esse foi um motivo pra continuar conversando, e ela me respondeu - incrível! Nós dois não estávamos com segundas intenções, ter uma amiga seria legal. E fomos tomar sorvete - aham, a noite, uns 10 graus lá fora. Nesse dia eu lembro de ter falado talvez por quase uma hora sem parar, e ela ouviu e interagiu. Não sei por quê, mas achei que ela nunca mais ia querer falar comigo. Acabou que, às vezes, íamos comer pizza, tomar café, conversar, ver exposições, ela procurava entender porque eu gostava tanto do sino da cidade.. aí um dia ela foi na igreja comigo, e passou a ir todas as vezes. Íamos e voltávamos várias vezes juntos de carona pra Amsterdam e outras vezes de trem. No meu aniversário em Novembro, nos encontramos na rua e ela me deu um abraço :)
Então, em Janeiro, as coisas começaram a ficar interessantes demais.. a conversa, a companhia, o silêncio. Fevereiro ajudou a confirmar. Março me fez tomar alguma atitude. Abril ela disse sim. Dia 19. Em 2015. Por volta de 20:15h da noite. Depois de me deixar esperando por três semanas alguma resposta. Mas o “sim” valeu as três semanas, e tá valendo os quase 3 anos até agora :)
A partir daí nem sei dizer o quanto era bom compartilhar a vida. Ir no parque, descobrir lugares, descobrir cafés, ouvir o sino, ouvir música, ir a concerto, filme, na Bélgica, comer stroopwafel, queijo, pão. E planejar, porque em Agosto nós dois voltaríamos pro Brasil, mas pra estados diferentes. E ela ainda depois trouxe a surpresa de ficar 6 meses no Japão logo após a Holanda.
Pra resumir, esses dias depois que voltamos da Holanda foram todos meio que esperados. Planejamos diversos encontros em SP, nosso “meio do caminho”. Ela terminou a faculdade e veio morar no Rio de Janeiro. Estamos juntos construindo essa empresa (a Huge) que consegue mesclar um pouco das nossas formações. E não foi só planejamento, nesses dias temos construído um relacionamento - de longe e de perto. E companheirismo. E amor e perdão. E coragem pra sonhar e continuar. Sem muita preocupação com o fim, aproveitando a caminhada.”
Thais
"Quando começamos a pensar na cerimônia e o que era significante pra gente, pensamos em café, música ao vivo de bandas de amigos e poucas pessoas numa vibe mais íntima e menos formal. No inicio pensamos num plano megalomaníaco de fazer todos os móveis e decoração do lugar onde casamos (nossa igreja ♥ com montanhas, pôr-do-sol e templo minimalista). Ele só ficou menos megalomaníaco porque vimos que não daria tempo de fazer tudo sozinhos.
Fazer as coisas com a mão pra gente é muito especial e juntar o que gostamos de fazer com o significado da aliança do casamento foi como se a cerimônia tivesse começado meses antes quando estávamos fazendo os primeiros experimentos com as cadeiras. Tínhamos um budget que ganhamos como presente de casamento e usamos na produção das coisas e trabalhamos muito na oficina do pai do Hugo, cortando, martelando, misturando cimento e vendo os testes virando objetos mesmo :) amigos ajudaram quando estávamos mais focados na produção do que na cerimônia formal em si! E a família também, afinal foi a avó do Hugo que fez meu vestido em menos de 3 meses ♥
(Nesses links tem um pouco sobre como foi esse processo em que fizemos as cadeiras em OSB e também em contreto e pano)
huge | cadeira "slow down" em OSB | o processo
huge | cadeira "slow down" em concreto e pano | o processo
O dia 31 de maio de 2018 foi a materialização disso :) como tínhamos alguns amigos queridos e famílias que vinham de muito longe queríamos passar o máximo de tempo com eles, então decidimos começar o evento no comecinho da tarde com café e depois só fazer a cerimônia no pôr do sol. Luíza e Mateus acompanharam nosso dia desde o comecinho nas nossas casas, registrando tudo com olhos sensíveis e sorriso no rosto de ver a gente casando ♥
Na hora da cerimônia estávamos tranquilo e felizes de ver o que estava pra acontecer e cercado de pessoas queridas (afinal, íamos embora do Brasil não muito tempo depois daquilo então teve um clima de despedida também). Hugo entrou com uma musica chamada benedictions do Josh garrels e eu, com uma música linda que Hugo fez pra mim ♥
Aquele ‘sim’ já estava no coração então a felicidade era toda em gratidão e remembrance.
No fim foi tudo tão especial. Aquela instalação que fizemos foi pra gente uma forma de saber como a gente podia lidar com nossas profissões de alguma forma. Aquela possibilidade de juntar tanta gente diferente num mesmo espaço, com café, música, tempo, alguma forma de arte e comunhão foi a forma de ver como queríamos começar nossa família também.
Ps. Vim de uma família japonesa bem tradicional e muitos parentes vieram e participaram desse nosso casamento excêntrico. Foi divertido ver minha vó escutando jazz e tomando café ali. Só um adendo. Haha 🤣
Quando pensamos em o que ter pra comer pensamos: café! Lógico. O café quem fez foi a dona de uns cafés que mais gostamos no rio (Grave). Queríamos sourdough como pão então um cara muito maneiro (pão do Osmar) gostou da nossa ideia e topou fazer pra gente. Fui atrás do moço que faz uma torta de chocolate amargo maravilhosa e vende no Colab, Pedrito Balcaza fez experimentos de ginger beer e refrigerante artesanal pra gente e dona Edlaine fez sopas para quem achou muito estranho comer pão no casamento. No começo muita gente achou esquisito e de qualquer jeito querermos fazer dessa maneira sem buffet tradicional, mas no fim as pessoas acharam divertido e ninguém passou fome ♥ até uma tia mais velha depois quis ir no café de Botafogo pra conhecer mais :) a experiência de conhecer quem fez a comida foi muito significativo pro que era aquele momento pra gente.
A música da mesma forma, pois a galera que tocou é gente de perto. A nooma é uma banda que temos enorme admiração e tivemos o imenso prazer de trabalhar na arte do último CD deles e eles tocaram ali naquele dia especial. A zoe trio tem amigo de infância do Hugo tocando e foi bonito também. No fim rolou uma jam com a galera do café, o que era a vibe aberta que a gente queria :)"
Nós amamos vocês dois, desejamos tudo de mais incrível na jornada de vocês,
Com amor e carinho, Luiza e Mateus
Nesse link está o slide que fizemos pra eles dois na entrega das fotos! Ah, a música que a Thais entrou na cerimônia foi o Hugo que fez, ta ai no vídeo 😍